A maioria das mulheres que carrega o mundo nas costas tem vergonha de admitir que sente raiva. E quando sente, esconde. Ou desconta. Ou se culpa por sentir. É o que acontece com a mulher fazedora, aquela que resolve tudo, mas vive em tensão. A espiritualizada perdida, que já leu livros, já fez retiros, já tem autoconsciência, mas não consegue sair da exaustão emocional em que vive. A que segura tudo sozinha, mas nunca encontra um lugar para pousar.
Se você está aqui, provavelmente já se perguntou por que explode por tão pouco. Ou por que parece viver irritada. Ou por que sente tanta raiva e, ao mesmo tempo, culpa por sentir. Talvez você diga para si mesma: “Eu não quero ser assim”. E talvez ache que o problema é seu temperamento, sua falta de paciência, seu estresse ou até desequilíbrio hormonal. Mas a verdade é outra.
A raiva que você sente não é o problema. É o sintoma.
É o sinal de que há uma parte sua, talvez a mais verdadeira, que está comprimida há muito tempo. É a potência da sua alma que foi amarrada a identidades que você não escolheu, mas teve que cumprir.
Desde muito cedo, aprendemos o que “uma mulher boa” deve ser. A boazinha. A que não incomoda. A que é gentil, sorridente, prestativa. A que cuida, dá conta, segura, se adapta. E para caber nessas expectativas, você foi usando a sua energia psíquica (aquela que deveria ser usada para criar, se expressar, escolher, realizar) para obedecer, agradar, se moldar. O resultado disso? Um esgotamento silencioso e progressivo. E uma raiva que cresce por dentro como uma pressão não resolvida.
É exatamente aqui que entra o ponto central: a raiva é uma forma bruta da sua potência. Ela não está errada. Ela está sufocada. Ela se apresenta porque dentro de você existe algo importante que quer acontecer, mas está bloqueado por tudo o que você teve que ser. E quando a potência da sua alma fica comprimida, ela grita. Grita na forma de irritação, de rancor, de raiva explosiva. Grita quando você quer se expressar, mas não sabe como. Grita quando você quer descansar, mas se cobra produtividade. Grita quando você quer ser vista, mas continua invisível.
Por isso, o primeiro passo para lidar com a raiva de forma inteligente não é tentar controlá-la, é aprender a escutá-la. Toda raiva carrega uma mensagem. Ela aponta para uma necessidade interna não atendida. E enquanto você não identificar qual é essa necessidade, seja ela descanso, reconhecimento, liberdade, respeito, espaço para ser você mesma, a raiva continuará voltando.
E mais: se você não escuta o que a raiva quer te dizer, você corre o risco de canalizá-la para as pessoas erradas, como o parceiro que “não te ajuda”, os filhos que “não colaboram”, o chefe que “não valoriza”. Mas, na verdade, quem você está querendo enfrentar são as amarras internas que ainda te obrigam a carregar tudo isso sozinha.
Temos uma aula completa sobre isso: como transformar a raiva em bússola, em clareza, em ação.
Não para se tornar “menos brava”, mas para se tornar mais inteira.
Mais coerente com o que sente. Mais dona de si.
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